TECNICA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Estas anotações de aulas, compiladas em forma de apostila, tem o intuito de facilitar a consulta e o acompanhamento da disciplina de Técnicas das Construções Civis e Construções de Edifícios da Faculdade de Ciências Tecnológicas da P.U.C. Campinas e Faculdade de Engenharia de Sorocaba.
seminários, etc | constantes da bibliografia final. |
Não houve pretensão de escrevê-la para ser publicada como livro, mas sim reuniram coletânea, conhecimentos extraídos de livros, catálogos, informativos, pesquisas, palestras,
Contém um bom número de exemplos e informações gerais úteis para que, ao projetar ou edificar, se esteja atento para não cometer os erros mais graves, que são encontrados em grande quantidade, principalmente nas habitações.
Espera-se que, de alguma forma, se contribua para acrescentar algo de novo aos não iniciados e se mostre a importância do assunto, para que nos futuros projetos, seja dedicado algum tempo, com cuidados necessários às técnicas das edificações, contribuindo para tornar melhor e mais amena a vida, o que constitui o principal objetivo da ciência.
1.1 Estudo com o cliente | 2 |
1.2.Exame local do terreno | 4 |
1.3 Limpeza do terreno | 5 |
1.4 Levantamento topográfico de lotes urbanos | 5 |
1.5 Nivelamento | 7 |
1 ESTUDOS PRELIMINARES
2.1 Terraplenagem | 15 |
2.2 Instalação da obra | 17 |
2.3 Locação da obra | 20 |
2.4 Traçado | 2 |
2.4.1 Traçado de ângulos retos e paralelas | 2 |
2.4.2 Traçado de curvas | 23 |
2.4.3 Locação de estacas | 25 |
2.4.4 Locação da fôrma de fundação | 26 |
2 TRABALHOS PRELIMINARES
3.1 Sondagem | 30 |
3.2 Escolha de fundações | 35 |
3.3 Fundação direta ou rasa | 37 |
3.4 Fundação indireta ou profunda | 43 |
3.5 Impermeabilização | 51 |
3.6 Drenos | 5 |
3 FUNDAÇÕES
4.1 Elementos de alvenaria | 59 |
4.2 Elevação das paredes | 65 |
4.2.1 Paredes de tijolos maciços | 65 |
4.2.2 Paredes com blocos de concreto | 73 |
4.2.3 Paredes com tijolos furados e baianos | 74 |
4.3 Vãos em paredes de alvenaria | 78 |
4.4 Outros tipos de reforços em paredes de alvenaria | 78 |
4.5 Muros | 80 |
4.6 Argamassa - Preparo e aplicação | 83 |
4 ALVENARIA
5.1 Forro de madeira | 89 |
5.2 Lajes pré-fabricada | 90 |
5.2.1 Generalidades sobre a Laje Pré-Fabricada "comum" | 90 |
5.2.2 Generalidades sobre laje treliça | 94 |
5.2.3 Montagem e execução de lajes pré-fabricadas | 9 |
5 FORROS
6.1 Estrutura de madeira | 105 |
6 COBERTURA 6.1.4 Telhado pontaletado ...115
6.3 Condutores | 124 |
6.4 Dimensionamento das calhas | 127 |
6.5 Formas dos telhados | 129 |
6.6 Regra geral para desenho das linhas dos telhados | 133 |
6.6.1 Exercícios para desenho de telhados | 134 |
6.2 Cobertura ...118
7.1 Esquadrias de madeira | 137 |
7.1.1 Portas | 137 |
7.1.3 Janelas | 142 |
7.1.4 Tipos de janelas de madeira | 143 |
7.2 Esquadrias de metal | 147 |
7.3 Representação gráfica | 151 |
7.4 Dimensões comerciais | 154 |
7 ESQUADRIAS
8.1 Argamassas | 159 |
8.2 Gesso | 165 |
8.3 Azulejos | 167 |
8.4 Pastilhas | 170 |
8.5 Revestimento de pisos | 170 |
8.5.1 Preparo do piso | 170 |
8.5.2 Piso cimentado | 172 |
8.5.3 Pisos de madeira | 172 |
8.5.4 Pisos cerâmicos | 176 |
8.5.5 Porcelanato | 181 |
8.5.6 Carpete | 181 |
8.5.7 Granilite | 182 |
8.5.8 Pedras decorativas | 182 |
8.5.9 Pedras brutas | 184 |
8.5.10 Pisos vinílicos | 186 |
8.5.1 Pisos de borracha | 187 |
8.5.12 Pisos laminados | 189 |
8.5.13 Piso de Concreto | 190 |
8 REVESTIMENTO
9.1 Análise das causas | 195 |
9.1.1 Causas decorrentes da qualidade dos materiais utilizados | 195 |
9.1.2 Causas decorrentes do traço da argamassa | 197 |
9.1.3 Causa decorrente do modo de aplicação do revestimento | 198 |
9.1.4 Causa decorrente do tipo de pintura | 200 |
9.1.5 Causas externas ao revestimento | 200 |
9.2 Reparos | 203 |
9 MANIFESTAÇÕES, ASPECTOS, CAUSAS PROVÁVEIS E REPAROS EM REVESTIMENTO
10 TINTAS E VIDROS 10.1.2 Sua qualidade ...208
10.1.4 Esquema de pintura | 209 |
10.1.5 Cuidado na aplicação das tintas | 211 |
10.1.6 Condições ambientais durante a aplicação | 214 |
10.1.7 Material de trabalho | 215 |
10.1.8 Rendimentos | 217 |
10.2 Vidro | 217 |
10.2.1 Vidro temperado | 218 |
10.1.3 Preparação da superfície ...209
1.1 Materiais empregados em concreto armado | 223 |
1.2 Sistemas de fôrmas e escoramentos convencionais | 229 |
1 DETALHES DE OBRAS COM CONCRETO ARMADO 1.3 Recomendações quanto ao manuseio e colocação das barras de aço ...245
1.4 Como se prepara em bom concreto | 248 |
1.4.4 Aplicação do concreto em estruturas | 253 |
1.4.6 Cura | 259 |
1.4.7 Desforma | 260 |
1.4.8 Consertos de falhas | 260 |
12.1 Condições gerais, normas e terminologia | 265 |
12.2 Cálculos e desenhos práticos de escadas | 270 |
12.3 Escadas com seções em curva | 273 |
12.4 Escadas de segurança | 274 |
12.5 Como executar as escadas na obra | 275 |
12 ESCADAS
Ferramentas | 279 |
EPI - Equipamentos de proteção individual | 281 |
Pregos na escala 1:1 | 282 |
Tabelas para obras em concreto armado | 285 |
Tabelas de pesos específicos de materiais usuais | 288 |
Tabelas para caibros e terças | 292 |
ANEXOS Referências Bibliográficas ...295
1 - PROJETO - ESTUDOS PRELIMINARES
APÓS ESTUDAR ESTE CAPÍTULO; VOCÊ DEVERÁ SER CAPAZ DE: · Elaborar um bom projeto arquitetónico; • Utilizando métodos simples, definir a planimetria e a altimetria de um terreno;
• Analisar a topografia de um terreno;
• Utilizar melhor a topografia dos terrenos.
1.1 - ESTUDO COM O CLIENTE
Sabemos que para se executar qualquer projeto devemos antes de mais nada, realizar uma entrevista com o interessado em executar qualquer tipo de construção. No nosso caso, será o cliente, juntamente com os seus familiares, pois vamos nos ater a pequenas obras (residências unifamiliares).
Devemos considerar que geralmente o cliente é praticamente leigo, cabendo então ao profissional orientar esta entrevista, para obter o maior número possível de dados.
Para nos auxiliar na objetividade da entrevista inicial com o cliente, damos abaixo um possível modelo de questionário (Tabela 1,.1), que tem a função de orientar evitando esquecimentos.
Tabela 1.1 - Modelo de questionário I Dados do cliente:
| End. Com.:_CEP _ Fone _ |
CPF: | RG: _ |
| Nome Esp.:_ |
| End. Com.:_ |
| Prof. Ele: _ Ela ____ |
End. Res.:__CEP _ Fone _
| Localização: |
| Medidas: Frente _ LE _ LD _ Fundo _ |
| Rua: _ CEP ____________Bairro: _ |
| Lote: _ Quadra: __ Quarteirão: __________ |
| Larg. da rua: _ Tipo de Pav.: ____ nº casas Viz. _____ |
| Largura do passeio:_ |
I Dados do Terreno
| Plano Inclinação lateral |
| Sobe para os Fundos Suave Esquerda |
Inclinação do Terreno: Desce para os Fundos Forte Direita
| Local de passagem da rede de Água |
| Centro LE LD |
| Local de passagem da rede de Esgoto |
| Centro LD LD |
3 Os terrenos vizinhos estão construídos ?
| LE LD Fundos |
| Nível econômico das construções no local |
| Alto Médio Popular |
croquis
| Recuos obrigatórios: de frente _ |
| % da área ocupada: _ zona _ |
| Outros _ |
I Restrição da Prefeitura lateral _ de fundo _
| Nº de Pav.: _ Área aprox. de construção: _ m² |
| Estilo: _ |
| Nº de usuários: _ |
IV Da Futura Construção sexo idade
Peças Med. Aprox Pisos Paredes Tetos Portas Janelas
| Revestimento Externo: |
| Pisos: ______________________________Paredes: _ |
| Fachada: _ Muro: _________ |
| Detalhes: _ |
| |
| |
Este modelo de questionário poderá ser preenchido parcialmente durante a entrevista.
Não é possível seu preenchimento completo, pois é útil e indispensável uma visita ao terreno, antes de iniciarmos o projeto.
Sem sabermos as características do terreno, é quase impossível executar-se um bom projeto. As características ideais de um terreno para um projeto econômico são:
a) Não existir grandes movimentações de terra para a construção; b) Ter dimensões tais que permita projeto e construção de boa residência; c) Ser seco; d) Ser plano ou pouco inclinado para a rua; e) Ser resistente para suportar bem a construção; f ) Ter facilidade de acesso; g) Terrenos localizados nas áreas mais altas dos loteamentos; h) Escolher terrenos em áreas não sujeitas a erosão; i) Evitar terrenos que foram aterrados sobre materiais sujeitos a decomposição orgânica.
Mas como nem sempre estas características são encontradas nos lotes urbanos, devemos levá-las em consideração quando da visita ao lote, levantando os seguintes pontos:
a) Deve-se identificar no local o verdadeiro lote adquirido segundo a escritura, colhendo-se todas as informações necessárias; b) Verificar junto a Prefeitura da Municipalidade, se o loteamento onde se situa o terreno, foi devidamente aprovado e está liberado para construção; c) Números das casa vizinhas ou mais próximas do lote; d) Situação do lote dentro da quadra, medindo-se a distância da esquina ou construção mais próxima. e) Com bússola de mão, confirmar a posição da linha N-S. f) Verificar se existem benfeitorias.(água, esgoto, energia) g) Sendo o terreno com inclinação acentuada, em declive, verificar se existe vielasanitária vizinha do lote, em uma das divisas laterais ou fundo; h) Verificar se passa perto do lote, linha de alta tensão, posição de postes, bueiros, i) Verificar se existe faixa non edificandi .( de não construção) j) Verificar a largura da rua e passeio. Obs.: Todos esses dados poderão ser acrescidos no questionário anterior.
Geralmente, estes dados colhidos na visita ao terreno não são os suficientes, e na maioria das vezes, devemos pedir previamente que se execute uma limpeza do terreno e um levantamento plani-altimétrico.
Temos algumas modalidades para limpeza do terreno, que devemos levar em consideração e sabermos defini-las:
1.3.1 - Carpir - Quando a vegetação é rasteira e com pequenos arbustos, usando para tal, unicamente a enxada. 1.3.2 - Roçar - Quando além da vegetação rasteira, houver árvores de pequeno porte, que poderão ser cortadas com foice. 1.3.3 - Destocar - Quando houver árvores de grande porte, necessitando desgalhar, cortar ou serrar o tronco e remover parte da raiz. Este serviço pode ser feito com máquina ou manualmente.
Os serviços serão executados de modo a não deixar raízes ou tocos de árvore que possam dificultar os trabalhos. Todo material vegetal, bem como o entulho terão que ser removidos do canteiro de obras.
1.4 - LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DE LOTES URBANOS
O levantamento topográfico é geralmente apresentado através de desenhos de planta com curavas de nível e de perfis.
Deve retratar a conformação da superfície do terreno, bem como as dimensões dos lotes, com a precisão necessária e suficiente proporcionando dados confiáveis que, interpretados e manipulados corretamente, podem contribuir no desenvolvimento do projeto arquitetônico e de implantação (Pinto Jr.et al, 2001)
1.4.1 - MEDIDAS DO TERRENO (LEVANTAMENTO PLANIMÉTRICO)
Executada a limpeza do terreno e considerando que os projetos serão elaborados para um determinado terreno, é necessário que se tenha as medidas corretas do lote, pois nem sempre as medidas indicadas na escritura conferem com as medidas reais.
Apesar de não pretendermos invadir o campo da topografia, vamos mostrar em alguns desenhos, os processos mais rápidos para medir um lote urbano.
Os terrenos urbanos, são geralmente de pequena área possibilitando, portando, a sua medição sem aparelhos ou processos próprios da topografia desde que se tenha uma referência (casa vizinha, esquina, piquetes etc). No entanto, casos mais complexos, sem referência, necessitamos de um levantamento executado por profissional de topografia.
a) Lote regular
Geralmente em forma de retângulo, bastando portanto medir os seus "quatro" lados, e usar o valor médio, caso as medidas encontradas forem diferentes as da escritura.(Figura 1.1).
Figura 1.1-Lote regular
Obs. Para verificar se o lote está no esquadro, devemos medir as diagonais que deverão ser iguais.
b) Lote irregular com pouco fundo Medir os quatro lados e as duas diagonais (Figura 1.2).
Figura 1.2-Lote irregular com pouco fundo c) Lote irregular com muita profundidade
Neste caso, a medição da diagonal se torna imperfeita devido a grande distância
Convém utilizar um ponto intermediário "A" diminuindo assim o comprimento da diagonal (Figura 1.3).
Figura 1.3-Lote irregular com muita profundidade d) Lote com um ou mais limites em curva
Para se levantar o trecho em curva, o mais preciso será a medição da corda e da flecha (central).
Nestes casos devemos demarcar as divisas retas até encontrarmos os pontos do início e fim da corda. Medir a corda e a flecha no local.
E com o auxílio de um desenho (realizado no escritório) construir a curva a partir da determinação do centro da mesma utilizando a flecha e a corda (Figura 1.4).
c = corda f = flecha Construção da curva
Figura 1.4-Lote com setor curvo
É de grande importância para elaborarmos um projeto racional, que sejam aproveitadas as diferenças de nível do lote. Podemos identificar a topografia do lote através das curvas de níveis.
A curva de nível é uma linha constituída por pontos todos de uma mesma cota ou altitude de uma superfície qualquer. Quando relacionadas a outras curvas de nível permite comparar as altitudes e se projetadas sobre um plano horizontal podem apresentar as ondulações, depressões, inclinações etc. de uma superfície (Figura 1.5)