Um estudo conduzido por investigadores de diferentes universidades europeias analisou os
sistemas de transportes urbanos de várias cidades do mundo com o objetivo de quantificar e caracterizar as dificuldades crescentes de navegação por parte dos utentes. Os investigadores debruçaram-se, em particular, sobre as
15 maiores redes de metropolitano do mundo.
Riccardo Gallotti, Mason Porter e Marc Barthelemy, do Instituto Francês de Física Teórica, Centro de Matemática Industrial e Aplicada do Instituto de Matemática da Universidade de Oxford / Centro de Redes Complexas Dinâmicas Baseadas em Agentes (CABDyN) e do Centro de Análise e Matemática Sociais da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais, respetivamente, foram os autores do estudo.
Foram analisadas as diferentes transições e estratégias de navegação nas 15 redes (as maiores do mundo em número de estações), de grande dimensão e complexidade, com o objetivo de compreender a sobrecarga cognitiva a que os utentes estão sujeitos diariamente.
As grandes metrópoles e os seus sistemas de transporte, cresceram de tal forma nos anos mais recentes, que o seu nível de complexidade conflitua com a capacidade de processamento da mente humana no que diz respeito à orientação e navegação.
Idealmente, a representação esquemática pública das redes não deveria possuir mais de 250 nós de ligação para ser lida, de forma fácil, pelo utilizador. O que se verificou, foi que isto quase nunca acontecia em redes de grandes cidades como Nova Iorque, Paris ou Tóquio.
Se tivermos em conta o âmbito intermodal dos trajetos urbanos, este problema agrava-se ainda mais.
Os investigadores concluíram que, a maximização do número de interseções entre linhas, que permite minimizar a necessidade de os utentes efetuarem transferências, tem um efeito extremamente nefasto no que diz respeito à usabilidade do sistema.
Nesse âmbito as ferramentas avançadas de tecnologias de informação desempenham um papel importante, e em certos casos imprescindível, na navegação dos utentes pelos sistemas de metropolitano.
O estudo permitiu concluir igualmente que o sistema de metropolitano mais complexo do mundo, em termos de sobrecarga cognitiva é o metro de Nova Iorque (na segunda imagem).
Outros sistemas com elevada complexidade são o metro de Paris, seguido dos metros de Tóquio (na primeira imagem), Londres, Madrid, Barcelona, Moscovo, Seul, Xangai, Cidade do México, Berlim, Chicago, Osaka, Pequim e Hong Kong.