Retomada do crescimento da construção civil só em 2016
Representantes da indústria, construção civil e comércio são unânimes em dizer que economia segue em baixa até o fim do ano
Entre os dados apresentados estavam queda de 30% a 40% no faturamento, redução da jornada de trabalho e, possivelmente, agravamento do quadro econômico até o fim deste ano. “As demissões vão piorar no segundo semestre”, disse.
Segundo o gerente do Ciesp, se houver melhora, só mesmo a partir de 2016 ou 2017.
O presidente do Sinticoncirp (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Ribeirão Preto), José Neves da Silva, concorda com o cenário pessimista apresentado por Maçonetto. “A onda de demissões continua”, disse. “E, o que é pior, este ano não vai mudar muita coisa”, concluiu.
O principal ponto apontado por Neves para as demissões no setor da construção civil tem a ver com a construtoras não “reporem” novas obras. “Os grandes empreendimentos foram concluídos e não houve novos lançamentos, por causa da crise”, disse.
De acordo com o boletim “Mercado de Trabalho” elaborado pela Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento de Administração, Contabilidade e Economia), ligada à Faculdade de Administração e Economia da USP, a indústria de Ribeirão Preto perdeu 1.131 postos de trabalho, entre junho de 2014 e maio deste ano. O número é quase quatro vezes superior ao registrado no período de junho de 2013 a maio de 2014, quando foram perdidos 378 postos de trabalho.
Na construção civil e comércio, o cenário não é diferente. No primeiro caso, no último ano perderam-se 1.460 vagas, enquanto que, um ano antes, foram oferecidas 1.142.
O comércio, que havia oferecido 1.633 vagas entre junho de 2013 a maio de 2014, perdeu 1.424 no último ano.
O diretor da regional do SindusCon (Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de São Paulo), Paulo Junqueira, avalia o atual momento econômico com cautela.
Segundo ele, depois do “boom” de 2010 a 2013, quando o mercado estava muito aquecido, chegou a hora de “pôr os pés no chão”. “Claro que a crise está aí, mas o ciclo dos negócios é mais longo do que a crise”, disse.
A cautela exigida por Junqueira tem um número: 25% dos compradores de imóveis na época em que o mercado estava forte já os retornaram para as construtoras por falta de condições de pagá-los.
No entanto, Paulo Junqueira diz que, apesar de menos intensa, ainda existe demanda.
“Prova disso é que grande parte das construtoras de Ribeirão Preto fará lançamentos”, disse. “Certamente farão em velocidade menor do que antes, mas continuarão a lançar”, concluiu.
Comércio terá de inovar
O presidente do Sincovarp (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto), Paulo Cesar Garcia Lopes, tem uma visão bastante pragmática da crise, quase incomum.
“Ela está aí e veio para ficar por um bom tempo. Por isso, temos que nos acostumar e encontrar alternativas”, disse.
A principal, segundo ele, é atacar a crise com inovação. “Temos que capacitar os nossos lojistas para enfrentar estes tempos difíceis e para que consigam encontrar saídas para manter os negócios funcionando”, afirmou.
Assim como os donos de empresas, Lopes defende a capacitação dos seus empregados, de forma a que possam oferecer um atendimento de melhor a qualidade aos clientes.
De acordo com o presidente do Sincovarp, a queda no setor este ano deve ser de 3%.
“Por isso, nós temos que encontrar saídas inovadoras para conseguir superar esse momento”, concluiu.
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