Conheça os diferentes tipos de emendas em vergalhões para garantir a continuidade da armadura
Veja como escolher a melhor solução ao emendar vergalhões, garantindo o desempenho e evitando o comprometimento estrutural das armaduras
Reportagem: Maryana GiribolaA NBR 6.118 - Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento e a NBR 14.931 - Execução de Estruturas de Concreto - Procedimento estabelecem os tipos de emendas que podem ser utilizados e os respectivos procedimentos, como as restrições de acordo com as condições projetadas e características de cada uma das emendas.
As por traspasse, luvas com preenchimento metálico, luvas rosqueadas, luvas prensadas e emendas soldadas, por exemplo, estão previstas nas normas de projeto e execução de estruturas de concreto.
Traspasse | Caldeamento (topo) |
Quando são soldadas, o que requer aços com características especiais, há quatro tipos de soluções: de topo, por caldeamento, para bitola não menor que 10 mm; de topo, com eletrodo, para bitola não menor que 20 mm; por traspasse com pelo menos dois cordões de solda longitudinais; ou com barras justapostas, sendo essa opção pouco utilizada no mercado por tornar a seção de aço três vezes maior que uma barra convencional. Vale ressaltar que todas essas aplicações devem atender ao procedimento da norma conforme a ilustração.
A solda de topo por caldeamento não requer metal de adição para união das barras. Ou seja, os vergalhões se fundem quando o aço é aquecido por uma corrente elétrica próxima à temperatura de fusão. Nesses casos, as duas barras são pressionadas, topo a topo, por uma força mecânica que promove a união.
Já a solda de topo com eletrodo, as por traspasse com solda e as justapostas utilizam metais de adição, mas, nesses casos, o tipo de arame que fará a ligação pode variar de acordo com a resistência requerida da barra. Além disso, é preciso seguir as recomendações da NBR 14.931, que indica a forma de soldagem de cada elemento.
Quando se opta por realizar emendas soldadas, é imprescindível o uso de barras com características de soldabilidade previstas pelas normas dos produtos, onde a composição química do aço é controlada. A NBR 14.931 determina quais são os tipos de barras de aço que podem ser soldadas.
Além disso, para executar a soldagem, a operação deve ser qualificada e executada com equipamentos, materiais e métodos apropriados. "É preciso traçar um roteiro, procurar manter a mesma mão de obra e os mesmos padrões de soldagem, realizar ensaios de comprovação, verificar se aquela emenda soldada atende à norma e, sobretudo, qualificar o processo e os profissionais", aconselha Antonio Paulo Pereira Filho, especialista de produtos da ArcelorMittal Aços Longos.
Processo de emendas mecânicas (luvas) |
Além das emendas soldadas também há a opção de aplicar luvas nas barras de aço. As principais vantagens dessa solução são a redução do congestionamento da armadura e das interferências na seção, além de menor desperdício de aço. Nesses casos, também não é necessário qualquer equipamento de solda ou condição de soldabilidade do material.
Há, basicamente, dois tipos de luvas no mercado, as prensadas e as rosqueadas. O processo de emenda com luva prensada consiste na compressão de uma luva sobre a extremidade de duas barras colocadas topo a topo por meio de uma prensa hidráulica portátil.
Processo convencional de emenda por traspasse |
Há também no mercado luvas rosqueadas onde as duas extremidades das emendas possuem roscas internas, assim como as extremidades das barras - que precisam ser usinadas previamente.
"No caso do projetista decidir pelo processo de emenda por luvas, a escolha do método (rosqueadas ou prensadas) vai depender das condições de aplicação de armadura definida em projeto e análise de custo-benefício", explica Carlos Ortega, instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai).
O processo de emenda de posicionamento substitui a união convencional da armadura com solda. Nesses casos, as barras ou fios são amarrados com arame recozido no próprio canteiro. É a solução mais adotada nos canteiros de obra quando se trata de armação de lajes utilizando telas e espaçadores treliçados eletrossoldados.
Atualmente, o mercado dispõe de soluções que transferem esses trabalhos para as usinas ou para as unidades de corte e dobra, como é o caso das armaduras treliçadas e telas eletrossoldadas para a execução de lajes, pisos, paredes de concreto, além das armaduras prontas com solda MIG/MAG, em que as armaduras para estacas, blocos de fundação, lamelas, paredes-diafragma e pilares já são entregues na obra pré-montadas com utilização de solda. "Nesses casos, as soldas são só de posicionamento, ou seja, têm o objetivo de tirar do canteiro o procedimento manual de amarrar barra por barra com arames", explica Pereira.
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