O desafio das grandes cidades
Maurício BernardesProjeção da distribuição da população no mundo - urbana e rural. Fonte: World Urbanization Prospects – 2014 – ONU
Projeção da distribuição da população na América Latina e Caribe – Urbana e Rural. Fonte: World Urbanization Prospects – 2014 – ONU
Como exemplo de enfrentamento dos desafios que se colocam, algumas cidades têm adotado políticas públicas com o objetivo de tornar as cidades mais sustentáveis e com melhores condições de vida para a população. Ao assumirem o compromisso de serem mais eficientes no consumo de recursos naturais, estabelecendo também metas de redução da pegada de carbono, estas cidades, chamadas de “Ecodistricts”, têm ajudado a construir um novo paradigma social: Uso de tecnologias associado à alteração dos hábitos das pessoas, em prol de um futuro mais equilibrado para o Planeta.
Nesta semana ilustra-se com o exemplo da cidade de Chicago, que com cerca de 2,7 milhões de habitantes, em 2008 tomou a decisão de melhorar as condições de vida da sua população e de reduzir os impactos da sociedade no Planeta.
Eles estão perseguindo a audaciosa meta de reduzir as emissões dos gases do efeito estufa, até 2020, em 25% em relação às emissões de 1990, com metas para os anos seguintes igualmente desafiadoras. Para se ter uma ideia, até 2050 eles pretendem emitir o equivalente a 20% do que emitiam em 1990. Para isto, elaboraram um plano baseado em cinco estratégias:
• Construções sustentáveis
• Uso de energia limpa e renovável
• Melhoria das opções de transporte
• Redução do desperdício e da geração de poluição industrial
• Adaptação da cidade (a exemplo do que foi discutido no primeiro “post” deste blog)
Em relação às construções sustentáveis o programa é dividido em:
1. Reabilitação de 50% dos edifícios comerciais e residenciais, e a reabilitação de 50% das indústrias a fim de reduzir em 30% os gastos com energia;
2. Programa de incentivo à substituição de lâmpadas por exemplares mais eficientes;
3. Incentivo ao uso racional de água nos programas de reabilitação de edifícios;
4. Implementação de códigos e leis mais exigentes em relação ao uso racional de energia;
5. Estabelecimento de metas para o uso racional de água e energia para toda e qualquer nova reabilitação de edifícios;
6. Programa de incentivo ao uso de “telhados verdes” com a meta de 6 mil coberturas de edificações na cidade, além do plantio de 1 milhão de árvores;
Como exemplo da pré-disposição em alcançar este objetivo, um dos projetos que está sendo cogitado é a reabilitação da fachada do maior edifício da cidade com 442 m de altura (que um dia já foi o maior edifício das Américas), o Chicago Willis Tower, com a intenção de reduzir o consumo de ar condicionado no inverno. Para isto, pretende-se substituir os atuais vidros duplos insulados (com uma câmara de ar), por vidros insulados triplos (duas câmaras de ar).
Em relação ao uso de energia limpa e renovável, a cidade está tornando sua principal usina de geração de energia elétrica mais eficiente, além de estar incentivando a geração de energia distribuída (autogeração), por meio de turbinas eólicas compactas, geotermia e sistemas de geração de energia fotovoltaica.
Em relação às condições de transporte, além da melhoria dos sistemas coletivos, há uma clara orientação da cidade no sentido de torná-la mais acessível utilizando bicicletas ou simplesmente caminhando-se. A cidade ainda tem incentivado o compartilhamento de veículos (Car Share).
Principais resultados alcançados nos primeiros anos do plano Chicago Climate Action Plan:
• 13.341 unidades habitacionais reabilitadas para terem maior eficiência energética, por exemplo, por meio da instalação de lâmpadas fluorescentes ;
• 393 unidades comerciais ou industriais reabilitadas para terem maior eficiência energética;
• 132 mil m³ de água economizada por dia;
• 167 mil m² de coberturas verdes instaladas ou em construção;
• 83% dos resíduos de construção e demolição reciclados;
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